Em 2005 o Presidente da Junta de Freguesia dava conta do interesse de um grupo Empresarial em instalar um parque eólico na serra de Salvador. Finalmente, li no jornal Reconquista que este projecto poderá ir avante. Que bons ventos soprem...
Transcrevo noticia retirada do Jornal Reconquista
SECÇÃO: Raia | ||
Nas zonas de Salvador e Vale da Sr.ª da Póvoa
Penamacor negoceia mais dois parques eólicosA freguesia de Salvador poderá receber o primeiro parque da zona sul do concelho. A Câmara Municipal quer ainda ser compensada pela instalação de um parque junto à fronteira com Espanha.
A Câmara Municipal de Penamacor está em negociações com a empresa Generg para a instalação de novos parques eólicos junto às freguesias de Salvador e de Vale da Sr.ª da Póvoa, na Serra d´Opa. A garantia foi deixada pelo vice-presidente da Câmara Municipal de Penamacor em declarações ao programa Dar que Falar, uma parceria Jornal Reconquista e Urbana FM. Um dos parques eólicos em negociação tem mesmo uma dimensão tida como bastante considerável, podendo atingir os 26 aero-geradores e cerca de 50 megawatts de produção de energia. Actualmente o concelho de Penamacor produz 60 megawatts, através da empresa Tecneira, nomeadamente na Serra da Santa Marta e também junto a Meimão. Se a intenção da Generg passar à prática haverá pela primeira vez um parque eólico na zona sul do concelho de Penamacor, junto à aldeia de Salvador. Os terrenos já estão negociados e pertencem ao Instituto Pina Ferraz, revelou o autarca. A freguesia de Salvador é apontada há muito como uma forte candidata a um parque eólico. Em Julho de 2005, o presidente da Junta de Freguesia, Joaquim Justino, confirmava ao Reconquista o interesse de uma empresa espanhola para explorar o potencial da serra do Ramiro, onde estavam a ser feitos testes. A Generg tem vários investimentos na região, com parques eólicos na Serra da Gardunha e no Pinhal Interior. Tal como Reconquista noticiou na passada semana, a empresa venceu o concurso para a instalação de mais 25 megawatts, que na prática significa a ampliação do parque da Gardunha, que já ocupa os concelhos do Fundão e Castelo Branco. António Cabanas revelou ainda que “há um grupo espanhol que vai instalar um parque eólico na fronteira, do lado espanhol, e nós estamos também em negociações porque achamos que temos direito a uma compensação”. A autarquia parte do princípio segundo o qual ao instalar-se um parque eólico próximo do concelho de Penamacor este fica prejudicado porque não pode instalar um outro na mesma cumeada, mesmo com a fronteira pelo meio. O projecto é do conhecimento das autoridades portuguesas. Mas estas, diz o autarca, não estão a defender aqueles que deviam ser os seus interesses. Por seu lado a Câmara de Penamacor já bateu à porta do investidor espanhol e de acordo com o autarca “nós estamos em negociações com eles porque achamos que temos direito a uma compensação”. A Câmara de Penamacor pretende ainda ser compensada pela impossibilidade de exploração do potencial eólico da Serra da Malcata. António Cabanas diz que a serra tem um grande potencial nesta matéria, mas não pode ser aproveitado devido às restrições do plano de ordenamento desta área protegida.
Por: José Furtado |
Se quiser ouvir o testemunho do Vice-Presidente da Camara Municipal de Penamacor, António Cabanas, ao programa Dar que Falar da Urbana FM Clique na foto.
As gentes da nossa aldeia foram mais uma vez noticia no jornal Reconquista, desta vez na sua edição de 13 do corrente mês, pode-se ler a história da vida de José Gameiro que aos 92 anos, guarda em si um espirito de juventude invejavel. Todos em Salvador conhecem o José Gameiro e por isso sabem a sua idade, mas ninguem diria que aquele homem com a sua genica está a menos de 8 anos de completar uma século de vida.
A seguir reproduzo a noticia de Jaime Pires do jornal Reconquista.
"Ainda cultiva a terra com ajuda do macho
Aos 92 anos, José Gameiro não sabe o que é ir a um médico ou ingerir um comprimido. O ex-contrabandista é dos homens mais idosos da aldeia de Salvador.
Quando nasceu ainda o homem não tinha pisado a lua. Mas sobre este feito diz que “na lua andamos nós”, distraídos com coisas que afinal não servem para nada e se assim continuar no mundo visto aos olhos de José Gameiro, “ainda vai haver muita fome”. Do passado o ancião da freguesia do Salvador, em Penamacor, andou durante 9 anos no contrabando e mais de 20 passados no outro lado da fronteira. Foram muitos os companheiros que ajudou a partir a salto pela noite, porque o contrabando era actividade recorrente num país onde tudo faltava. A galope num cavalo, José Gameiro conhecia bem as serras e rios que tinha que atravessar e com ele todos os outros contrabandistas que arriscavam a vida por uma vida melhor.
José Gameiro é do tempo em que a fome e a miséria se abateram sobre a Raia, onde mais de metade da população emigrou. Os que ficaram dedicaram-se ao campo ou ao contrabando.
Passados 9 anos no contrabando José Gameiro foi dos poucos da sua geração que resistiu aos apelos do estrangeiro e regressou ao Salvador, mas por pouco tempo. Chegou ainda a tomar conta de umas poucas cabeças de gado mas o apelo a regressar a Espanha foi mais forte. E por lá andou cerca de 20 anos. Nesse tempo havia gente na aldeia, mas não a suficiente para encher a escola primária, local onde José Gameiro nunca chegou a entrar porque era preciso para trabalhar e ajudar a família de oito irmãos.
O homem que viveu dos dois lados da fronteira junta-se hoje aos de mais idade, todos com mais de 90 anos. Mas, José Gameiro é dos poucos que pode dizer com orgulho que nunca foi ao médico e nunca ingeriu um comprimido. As maleitas da vida lá as foi suportando como podia. Do passado lembra o tempo em que no Salvador, os da sua geração, fugiram à fome, outros à guerra colonial e outros partiram à procura de melhor vida e deixaram a terra ao cuidado dos mais velhos. Hoje os novos não querem trabalhar a terra e José Gameiro, o homem que aos 92 anos ainda com a ajuda de um macho cultiva a terra, diz com tristeza que “hoje não querem trabalhar, ninguém quer o campo mas ainda haverá muita fome”. Os campos estão baldios porque dizem que a agricultura já deu o que tinha a dar mas José Gameiro não desiste daquilo em que acredita e todos os dias são passados no campo, porque diz, nunca ter feito outra coisa.
Dias de contrabando
As memórias de José Gameiro confundem-se com as memórias do contrabando e foi lembrando que “levar café para o outro lado significava trazer dinheiro para sustento da família”. O ex-contrabandista sorri ao lembrar-se das artimanhas que encontrava para enganar a Guarda-Fiscal e os carabineiros, que controlavam a zona de fronteira. José Gameiro dormiu ao relento e um dia o cavalo fê-lo mergulhar até ao pescoço no rio. Enfrentou perigos que nem os 92 anos os fazem apagar da memória das vivências do contrabando que fazem parte da história da Raia. Chegou a temer o pior nas viagens que fez vezes sem conta transportando café e fazendas. Hoje, viúvo, com quatro filhos, passa os dias a trabalhar no campo com a ajuda do macho a que chama de “marreco”, porque nas suas terras não há máquinas que entrem, só mesmo ajuda de uma gadanha e da força humana.
Acompanha a refeição com um copo de vinho e ao deitar não dispensa um golinho de aguardente. Gosta de dançar, de ver televisão e já fez vezes sem conta o trajecto a pé entre Penamacor e Salvador."
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